O clima seco varria a humidade de seus olhos e quando os fechou eles arderam. As letras no monitor desapareciam diante daquele interminável encarar. Ao seu redor muitos murmúrios, sorrisos, dentes e bocas. Levantou e saiu andando pela pequena sala no subsolo, pegou o corredor, entrou no banheiro e observou seu reflexo. Olhos emoldurados em roxo, boca pálida e ressecada. Passou a língua nos lábios, mordeu-os um pouco, a cor alterou-se por alguns segundos, apenas para voltar a se esbranquiçar. “Melhor colocar uma maquiagem para disfarçar isso tudo”. Usou o banheiro, lavou as mãos. Pia, torneira, boca e a nudez de seus olhos castanhos. Esboçou um sorriso torto que logo desmanchou. “Droga, não consigo tirar essa cara de morta”. Voltou a para mesa de trabalho, todos em seus mundos, ninguém a via, ela era um fantasma, de cor pálida. Ao sentar-se em sua mesa, colocou o fone de ouvido, entrou na playlist. “algo que toque minha alma”. Apertou o play. O mundo, as pessoas, os risos, as conversas, as preocupações, tudo foi abafado pelo som que se propagava dentro dos seus tímpanos. O silêncio impuro, o silêncio que atinge como um barulho dissimulado, que altera os sentidos e não se deixa pensar. Mixados como tinta em uma paleta.
Windy look
Reflexo e reconhecimento
Rose, flower and sun.
The sad look in her eyes
Carnival, The most famous holiday in Brazil. The first time I went to se the parade I was an adult.
One thing I know is: That I noting know. We've change everyday small changes that somehow moves something inside us.